Quem sou eu

Niterói, RJ
Médico Veterinário que trabalha no tratamento e no estudo de distúrbios de comportamento em cães e gatos. CV Lattes: http://lattes.cnpq.br/9116323178127878

quinta-feira, 31 de março de 2011

ALTERAÇÕES NO PADRÃO DE COMPORTAMENTO DE CÃES (CANIS FAMILIARIS) IDOSOS, RESIDENTES EM APARTAMENTOS COM SINAIS SUGESTIVOS DA SÍNDROME DE ANSIEDADE DE SEPARAÇÃO


Autores: Guilherme Soares; João Telhado; Rita Paixão

Abstract: Modifications in the behavioral pattern of a indoors senior dog’s (Canis familiaris), with clinical signs of separation anxiety syndrome.  In a evaluation conducted with indoors dog’s owners, in Niterói city, 61 (59,22%) of these dogs showed clinical signs of separation anxiety syndrome. In this group, the animals that were over seven years of age showed more passive behavior, when anticipate the owner’s departure. This fact suggests an adaptive mechanism to the reality of “being alone”, however, that does not necessarily means that they have adapted to being alone. 
 
Key Words: separation anxiety, dogs, animal welfare 
 
INTRODUÇÃO
A Síndrome de Ansiedade de Separação (SAS) é um dos problemas de comportamento mais comumente encontrados em cães de companhia (DENENBERG et al, 2001). Pode acometer até 40% dos cães (SEKSEL e LINDEMAN, 2001), e afeta diretamente a qualidade de vida dos animais (MCMILLAN, 2000), além de trazer consigo uma série de inconvenientes aos proprietários. É normalmente descrita como um grupo de sinais que o  animal apresenta quando fica sozinho em casa ou simplesmente afastado da(s) pessoa(s) com que tem maior vinculo. Os comportamentos mais descritos são: vocalização excessiva, comportamentos destrutivos; eliminações inapropriadas (micção e defecação) (APPLEBY e PLUIJMAKERS, 2003), entretanto alguns animais podem apresentar vômitos ou depressão (MCCRAVE, 1991). Os animais começam a modificar seu comportamento quando os proprietários se preparam para sair (APPLEBY e PLUIJMAKERS, 2003). Existem relatos de fatores que possam predispor esse quadro dentre eles: raça (MCCRAVE, 1991), sexo (TAKEUCHI et al, 2001), idade (HOWITZ, 2001), proprietários ansiosos (OFARELL, 1997) e animais que convivem com uma única pessoa (SCHWARTZ, 2003). 
 
MATERIAL E MÉTODOS
Foram distribuídos 161 questionários a proprietários de cães de apartamento no município de Niterói-RJ. Os questionários foram desenvolvidos para identificar sinais compatíveis com a SAS e identificar se algumas rotinas e manejos interferiam de alguma maneira o problema. Nesses questionários havia a pergunta “Como seu cão se comporta quando você se prepara para sair?”. Os questionários foram distribuídos de forma aleatória aos proprietários de cães, em clinicas veterinárias e lojas especializadas no bairro de Icaraí. 
 
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Dos 161 proprietários abordados, 103 responderam e devolveram os questionários, e foram encontrados sinais compatíveis com a síndrome em 61 (59,22%) desses, sendo que um dos proprietários não informou a idade do cão, reduzindo o número de animais para 60 nesta análise. Neste grupo de 60, 25 animais tinham idade superior a sete anos e a maioria mostrou reagir de maneira diferente do grupo  de 35 animais com menos de sete anos (χ2=4,571; GL=1; p=0,016, α=0,05) (figura 1). O grupo de idosos, ao antecipar a partida do proprietário se comportou de maneira mais passiva. Os proprietários descrevem mais o comportamento de “ir para um cantinho e ficar quieto” em 19 (76,00%) cães do grupo idoso. O que, comparado aos 17 (48,57%) animais do grupo mais jovem (com menos de 7 anos) que foram descritos reagir da mesma maneira, pode sugerir uma forma de adaptação a uma realidade imutável para esses animais de companhia. Este resultado sugere uma diminuição na qualidade de vida dos cães que, teoricamente, têm mais proximidade e cuidados mais zelosos de seus proprietários.







REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
APPLEBY, D.; PLUIJMAKERS, J. Separation anxiety in dogs: The function of homeostasis in its development and treatment, Veterinary Clinics of North America: Small Animal Practice, v. 33, n. 2, p. 321-344, 2003.
DENENBERG, S.; LANDSBERG, G. M.; HORWITZ, D.; SEKSEL, K. A Comparison of Cases Referred to Behaviorists in Three Different Countries, in: MILLS, D.; LEVINE, E.; LANDSBERG, G.; HORWITZ, D.; DUXBURY, M.; MERTENS, P.; MEYER, K.; HUNTLEY, L. R.; REICH, M.; WILLARD, J. Current Issues and Research in Veterinary Behavioral Medicine: Papers Presented at the 5th International Veterinary Behavior Meeting, Indiana: Purdue University Press, 2005, 300p., p.56-62.
HORWITZ, D. F. Dealing with common behavior problems in senior dogs, Veterinary Medicine, v. 96, n. 11, p. 869-877, 2001.
MCCRAVE, E. A. Diagnostic criteria for separation anxiety in the dog, Veterinary Clinics of North America: Small Animal Practice, v. 21, p.247-256, 1991.
MCMILLAN, F. D. Quality of life in animals, Journal of American Veterinary Medical Association, v. 216, n. 12, p. 1904-1910, 2000.
O´FARRELL, V. Owner attitudes and dog behaviour problems, Applied Animal Behaviour Science, n. 52, p. 205-213, 1997.
SCHWARTZ, S. Separation anxiety syndrome in dogs and cats, Journal of American Veterinary Medical Association, v. 222, n. 11, 2003. Disponível em:. Acesso em 27 outubro 2005.
SEKSEL, K.; LINDEMAN, M. J. Use of clomipramine in treatment of obsessive-compulsive disorder, separation anxiety and noise phobia in dogs: a preliminary, clinical study, Australian Veterinary Journal, v. 79, n. 4, p. 252-256, 2001.
TAKEUCHI, Y.; HOUPT, K. A. Behavior Genetics, Veterinary Clinics of North America: Small Animal Practice, v. 2, n. 33, p. 345-363, 2003.


Trabalho apresentado em forma de pôster e seu resumo publicado nos anais (na página  207) do no XXV Encontro Anual de Etologia - São José do Rio Preto – 2007

LEVANTAMENTO DE CARACTERÍSTICAS SUGESTIVAS DE DOMINÂNCIA APRESENTADAS POR CÃES (CANIS FAMILIARIS) DE APARTAMENTO

Autores: Guilherme Soares; João Telhado; Rita Paixão
Abstract: Survey on dominance characteristics displayed by indoor dogs (Canis Familiaris).  Dominance, according with researches conducted in many countries, is the main motive of aggression directed to human beings. This fact put dogs dominance in highlight on the human-animal interaction and in companion animal welfare. In a survey conducted with indoors dog owners in Niterói, RJ, a group of 62 (60,2%) dogs showed dominance  signs with and without aggressive reactions. These results suggest that more researches on dog dominance and its impact on dog-human interactions are fundamental. 
Key Words: dominance, dogs, animal welfare, interaction animal-man

INTRODUÇÃO
A dominância é um fator importante na organização hierárquica dos canídeos (CAMERON, 1997). Tal característica herdada pelos cães domésticos vem sofrendo influências humanas e, de acordo com estudos em diversos países como Espanha (FATÓ et al, 2006), Dinamarca (RUBJERG et al, 2003), EUA (TAKEUCHI et al, 2001), Austrália e Canadá (DENENBERG et al, 2005), é o principal motivador de agressões contra seres humanos. Este fato coloca a dominância dos cães de companhia em destaque no que diz respeito à interação homem-animal e ao bem-estar desses animais, já que diversos cães são eutanasiados por esta causa. Nos Estados Unidos da América, cerca de 20 milhões de cães são abandonados ou submetidos à eutanásia por ano devido a problemas comportamentais (SEKSEL, 1997). Mais de dez mil anos de convivência com o homem fez do cão doméstico uma espécie ímpar, que apresenta semelhanças com seus ancestrais selvagens, mas que tem suas particularidades, o que necessita mais estudos focados para esse tipo de relação.
 
MATERIAL E MÉTODOS
Foram aplicados 161 questionários a proprietários de cães de apartamento no município de Niterói-RJ. Os questionários foram desenvolvidos para identificar sinais compatíveis com diversos problemas de comportamento e neles havia as seguintes perguntas: “Em que situações seu cão rosna ou tenta morder?”; “Seu cão tem o hábito de copular com as pernas das pessoas ou outro objeto?” e “Como seu cão se posiciona em relação ao condutor quando andam na rua?”. Os questionários foram distribuídos em clínicas veterinárias e lojas especializadas no bairro de Icaraí, de forma aleatória a proprietários de cães residentes em apartamentos. Foram considerados com comportamentos sugestivos de dominância aqueles cães que andavam na frente e/ou puxando a guia de seus condutores, exibiam comportamento de monta indevida e demonstravam reações agressivas quando acordados ou contrariados ou quando mexiam em seu comedouro. 
 
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A partir de 103 questionários respondidos e devolvidos pelos proprietários, foi caracterizado um grupo de 62 cães (60,2%) (Figura 1) com características sugestivas de dominância. Essa relação e essa diferença de estrutura hierárquica entre as espécies merecem ser mais bem estudadas a fim de aprimorar a interação e melhorar a qualidade de vida de ambos.
  
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CAMERON, D.B. Canine dominance-associated aggression: concepts, incidence, and treatment in a private behavior practice, Applied Animal Behaviour Science, n. 52, p. 265-274, 1997.
DENENBERG, S.; LANDSBERG, G. M.; HORWITZ, D.; SEKSEL, K. A Comparison of Cases Referred to Behaviorists in Three Different Countries, in: MILLS, D.; LEVINE, E.; LANDSBERG, G.; HORWITZ, D.; DUXBURY, M.; MERTENS, P.; MEYER, K.; HUNTLEY, L. R.; REICH, M.; WILLARD, J. Current Issues and Research in Veterinary Behavioral Medicine: Papers Presented at the 5th International Veterinary Behavior Meeting, Indiana: Purdue University Press, 2005, 300p., p.56-62.
FATJÓ, J; RUIZ-DE-LA-TORRE, J. L.; MANTECA, X. The epidemiology of behavioural problems in dogs and cats a survey of veterinary practitioners. Animal Welfare, n. 15, p. 179-185, 2006.
RUGBJERG, H.; PROSCHOWSKY, H. F.; ERSBOLL, A. K.; LUND, J. D. Risk factors associated with interdog aggression and shooting phobias among purebred dogs in Denmark, Preventive Veterinary Medicine, n. 58, p. 85-100, 2003.
SEKSEL, K. Puppy Socialization Classes, Veterinary Clinics of North America: Small Animal Practice, v. 27, n. 3, p. 465-475, 1997.
TAKEUCHI, Y.; OGATA, N.; HOUPT, K. A.; SCARLETT, J. M. Differences in background and outcome of three behavior problems of dogs, Applied Animal Behaviour Science, n. 70, p. 297-308, 2001.
 
Trabalho apresentado em forma de pôster e seu resumo publicado nos anais (na página  208) do no XXV Encontro Anual de Etologia - São José do Rio Preto - 2007

COMPARAÇÃO DO COMPORTAMENTO DOMINANTE DE FILHOTES DE CÃES DE DUAS RAÇAS: ROTTWEILER E RETRIEVER DO LABRADOR

Autores: Guilherme Soares; João Telhado; Rita Paixão


RESUMO

Campbell, em 1972, desenvolveu um teste para seleção de filhotes, com objetivo de determinar seus graus de dominância para direcioná-los para uma atividade ou família compatível. No presente estudo, este teste foi aplicado em filhotes de duas raças para avaliar possíveis diferenças comportamentais. Os filhotes (122 Labrador; 71 Rottweiler), com idade entre seis e oito semanas foram testados em seus canis de origem. Os resultados foram comparados estatisticamente com o teste de Mann-Whitney. Os filhotes de Labrador mostraram maior tendência para seguir testador (p<0,01) e atender ao seu chamado (p=0,03), o que influenciou a diferença no resultado da avaliação global (p=0,02). Não houve diferença significativa na comparação entre as raças nas demais fases do teste. Com esses resultados pode-se caracterizar uma maior atração do filhote de Labrador ou uma maior independência  do filhote de Rottweiler em relação ao ser humano

PALAVRAS-CHAVE: comportamento canino, agressão, bem-estar animal.

INTRODUÇÃO:

A necessidade de selecionar cães para diversas atividades ou famílias com aspectos distintos fez com que William Campbell desenvolvesse e publicasse um teste para seleção de filhotes (CAMPBELL, 1972). Esse teste tem por objetivo avaliar o grau de dominância do filhote a fim de enquadrá-lo melhor no perfil da família que o está adquirindo ou da atividade a que se destinará. A dominância é um traço individual de conduta, comum a indivíduos de várias espécies, inato e tem forte importância evolutiva para espécies sociais (CAMERON, 1997). Essa característica faz com que o cão assuma postos mais altos em sua hierarquia social, com o conceito oposto à submissão (BEAVER, 2001). Tal característica é manifestada nos cães de diversas maneiras, sempre com o objetivo de obter o controle dos recursos, que no ambiente doméstico são: alimento, abrigo, brinquedos, a “cama”, atenção e carinho das pessoas. Essa abordagem pode ser pacífica, e muitas vezes o é, ou agressiva. Na abordagem agressiva, o cão se comporta inicialmente com intimidações posturais ou sonoras e posteriormente com ataques direcionados àquele que ameace sua superioridade hierárquica ou a ordem natural da matilha (OVERALL, 1999). A agressão por dominância é o principal problema de comportamento em cães diagnosticado em serviços de etologia clínica por todo o mundo (LANDSBERG, 1990). O objetivo do presente estudo é avaliar se há diferenças entre a tendência à dominância entre cães das raças Rottweiler e Retriever do Labrador a fim de munir os profissionais que trabalham com cães (médicos veterinários, adestradores e criadores) de informações para prevenir problemas relacionados à agressividade por dominância.

METODOLOGIA

Foram submetidos ao Teste Comportamental para seleção de Filhotes de Campbell (1972), 122 cães da raça Retriever do Labrador (52 fêmeas e 70 machos) e 71 cães da raça Rottweiler (35 fêmeas e 36 machos). Todos os cães tinham idade compreendida entre seis e oito semanas. O teste foi realizado nos canis de origem e  pela mesma pessoa em todos os filhotes, pessoa esta que não tivera contato anterior com eles até então e não exibiu qualquer emoção durante os testes. O teste de Campbell é dividido em cinco etapas, cada uma delas corresponde a uma manipulação feita com o filhote, na qual sua resposta é avaliada e classificada como: muito dominante, dominante, submisso, muito submisso e independente/medroso, recebendo notas decrescentes de cinco a um para cada classificação respectivamente. As etapas do teste são: (1) Atração Social - em uma área de ao menos 3m2, o testador põe o filhote de frente para uma parede, se agacha e chama o filhote batendo palmas sem fazer muito barulho, observa se o filhote atende ou não esse chamado e como ele o faz; (2) A Seguir – na mesma área da etapa anterior, o testador põe o filhote encostado na parede, mas virado para si, tendo certeza que tem a atenção do filhote e começa a andar para o centro da área, observando se o filhote o segue e como o faz; (3) Contenção – o testador põe o filhote em decúbito dorsal, o contém nesta posição por aproximadamente 30 segundos e observa sua reação; (4) Dominância Social – o testador põe o filhote em decúbito ventral, em posição de esfinge, com uma mão o contém na nuca, com a outra afaga seu dorso por aproximadamente 30 segundos e observa a reação do filhote; (5) Dominância elevada – o testador contém o filhote com as mãos em torno do tórax do animal e o levanta do solo aproximadamente 20 cm e observa a reação do filhote. As pontuações foram tabuladas e comparadas estatisticamente pelo teste de Mann-Whitney através do programa Sigmastat® 3.0.1 for Windows (SPSS Inc.), com nível de significância de 5% (α=0,05).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A Tabela1 mostra os resultados da comparação da pontuação média dos filhotes em cada etapa do teste de Campbell individualmente e no total. A diferença significativa entre as pontuações totais médias das duas raças não representa diretamente que os filhotes de Labrador tenham maior tendência à dominância, comparados  aos de Rottweiler. Porque, o que gerou tal diferença foi o grande número de filhotes de Rottweiler com classificação de independente ou medroso, que são características opostas classificadas da mesma maneira pelo teste de Campbell. Um cão que se mostra independente não pode ser classificado como submisso. Característica bastante evidente na etapa de “A seguir”, na qual a média dos filhotes de Rottweiler ficou inferior a dois, caracterizando a quantidade de indivíduos que recebeu um ponto nesta etapa. Tal fato evidencia uma maior necessidade de que se proceda a um processo de socialização eficiente com esses filhotes para evitar acidentes de ataques a seres humanos. Houve pontuações significativamente maiores dos filhotes de Labrador em relação aos de Rottweiler nas etapas de “Atração Social” e “A Seguir”. O que sugere uma maior atração desses filhotes com o ser humano, já que nessas manipulações os filhotes tiveram a opção de não atender à proposta do testador, por não estarem contidos, diferentemente das outras três etapas do teste. Independente dos resultados do presente estudo, que podem caracterizar comportamentos esperados em filhotes nas duas raças envolvidas, é importantíssimo que se faça uma seleção detalhada específica para cada proprietário ou atividade que seja proposta para o cão. Além disso, é fundamental também que, além de um processo de socialização dos filhotes, cuidados sejam tomados para evitar problemas de comportamento relacionados à dominância. Em um estudo realizado na Espanha (PÉREZ-GUISADO & MUÑOZ-SERRANO, 2009), os autores identificaram alguns fatores associados aos casos de agressão por dominância como: o fato do cão ter alimento a vontade; cães que caminham ou interagem pouco com seus proprietários; cães sem um processo de educação básica; e proprietários que tem um cão pela primeira vez. Todos esses detalhes devem ser observados na seleção dos filhotes, associado ao teste, para assim prevenir problemas de agressividade por dominância nos cães, principalmente nas duas raças envolvidas no presente estudo por serem de porte grande e populares no Brasil.

Tabela 1 – Comparação das médias dos resultados dos Testes de Campbell aplicados a filhotes das raças Rottweiler e Retriever do Labrador

122
              71
3,32
1,67
2,80
1,56
0,02
3,16
1,77
1,84
1,23
<0,01
2,61
0,80
2,80
0,95
0,29
2,39
1,07
2,45
0,97
0,50
2,17
0,52
2,30
0,62
0,27
13,56
4,22
12,20
3,10
0,02


REFERÊNCIAS

BEAVER, B.V. Comportamento Canino: um guia para veterinários. São Paulo: Roca, 2001 431p.
CAMERON, D.B. Canine dominance-associated aggression: concepts, incidence, and treatment in a private behavior practice. Appl. Anim. Behav. Sci,. 52, 265-274, 1997.
CAMPBELL, W. E. A behavior test for puppy selection. Mod. Vet. Pract., v. 53, n. 12, p. 29-33, 1972.
LANDSBERG, G. Diagnosing dominance aggression. Can Vet J., 31, 45-46, 1990
OVERALL, K. L. Understanding and treating canine dominance aggression: An overview. Vet. Med, 94, 975-978, 1999.
PÉREZ-GUISADO, J.; MUÑOZ-SERRANO, A. Factors Linked to Dominance Aggression in Dogs. J. Anim. Vet. Adv., 8, 336-342, 2009.


Trabalho apresentado na forma de pôster com resumo publicado na página 233 dos anais do 37º Congresso Brasileiro de Medicina Veterinária - Rio de Janeiro- 2010

DETERMINAÇÃO DE TENDÊNCIA À DOMINÂNCIA EM CÃES DA RAÇA RETRIEVER DO LABRADOR


Autores: Guilherme Soares; João Telhado; Rita Paixão

RESUMO

Em virtude da importância das agressões por dominância na área da etologia clínica pelo mundo, em 2006, um grupo de pesquisadores espanhóis estudou o efeito do sexo e da cor da pelagem na tendência a dominância em cães da raça Cocker Spaniel Inglês. No presente estudo, a  metodologia foi repetida para avaliar os mesmos parâmetros em cães da raça Retriever do Labrador. O teste de Campbell foi realizado em 122 filhotes, entre seis e oito semanas de vida e os resultados comparados estatisticamente. Os resultados não evidenciaram diferenças entre os sexos (p=0,86), mas diferenças significativas em relação à cor de pelagem na tendência à dominância no Labrador. Os pretos tiveram maior pontuação global em relação aos amarelos (p=0,02) e aos chocolates (p<0,01).

PALAVRAS-CHAVE: comportamento canino, agressão, bem-estar animal.

INTRODUÇÃO

Ataques de cães a seres humanos geram um sério problema de saúde publica, por exemplo, nos Estados Unidos da América (EUA) o custo anual do sistema público de saúde excede cem milhões de dólares com o tratamento de pessoas atacadas por cães (OVERALL & LOVE, 2001).  A agressão canina ocorre em diversos contextos, dentre eles: predação, defesa territorial, por medo, por dor ou por dominância (LUESCHER & REISNER, 2008). Esse último contexto caracteriza-se por envolver pessoas da família que convive com o cão e por ser motivado por disputas hierárquicas entre o cão e pessoas do seu convívio social (CAMERON, 1997). O contexto de agressão por dominância é citado como  mais frequente nos serviços de etologia clínica em todo o mundo (LANDSBERG, 1990).  Para prevenir este tipo de problema, William Campbell, em 1972, desenvolveu um teste para selecionar filhotes visando à adequação destes com seus novos proprietários e suas famílias (CAMPBELL, 1972). O teste de Campbell identifica o grau de dominância ou submissão do filhote. Aproveitando essa característica, Joaquim Pérez Guisado e seus colaboradores (2006) aplicaram este teste em um grupo de filhotes de cães da raça Cocker Spaniel Inglês e relacionaram maior tendência à dominância aos machos e aos cães de pelagens sólidas comparadas aos de duas ou três cores. Buscando essa mesma relação em outra raça, o presente estudo objetiva, através do teste de Campbell, determinar se há influência de sexo ou cor da pelagem na tendência à dominância em cães da raça Retriever do Labrador.

MATERIAL E MÉTODO

Filhotes de cães da raça Retriever do Labrador (52 fêmeas e 70 machos) foram submetidos ao teste comportamental para seleção de filhotes (Campbell, 1972). Todos os 122 cães tinham idade compreendida entre seis e oito semanas. O teste foi realizado nos canis de origem e  pela mesma pessoa em todos os filhotes, pessoa esta que não tivera contato anterior com eles até então e não exibiu qualquer emoção durante os testes. O teste de Campbell é dividido em cinco etapas, cada uma delas corresponde a uma manipulação feita com o filhote, na qual a resposta do filhote é avaliada e classificada como: muito dominante, dominante, submisso, muito submisso e independente/medroso, recebendo notas decrescentes de cinco a um para cada classificação respectivamente. As etapas do teste são: (1) Atração Social - em uma área de ao menos 3m2, o testador põe o filhote de frente para uma parede, se agacha e chama o filhote batendo palmas sem fazer muito barulho, observa se o filhote atende ou não esse chamado e como ele o faz; (2) A Seguir – na mesma área da etapa anterior, o testador põe o filhote encostado na parede, mas virado para si, tendo certeza que tem a atenção do filhote e começa a andar para o centro da área, observando se o filhote o segue e como o faz; (3) Contenção – o testador põe o filhote em decúbito dorsal, o contém nesta posição por aproximadamente 30 segundos e observa sua reação; (4) Dominância Social – o testador põe o filhote em decúbito ventral, em posição de esfinge, com uma mão o contém na nuca, com a outra afaga seu dorso por aproximadamente 30 segundos e observa a reação do filhote; (5) Dominância elevada – o testador contém o filhote com as mãos em torno do tórax do animal e o levanta do solo aproximadamente 20 cm e observa a reação do filhote. As pontuações foram tabuladas e comparadas estatisticamente através do programa BioEstat® 5.0, com nível de significância de 5% (α=0,05).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Após a realização do teste estatístico de Mann-Whitney, não houve diferença significativa entre os sexos para as pontuações dos testes de uma maneira geral nem na comparação das etapas do teste de Campbell individualmente (tabela1). Tal resultado mostra diferença entre as raças Retriever do Labrador e Cocker Spaniel Inglês. No trabalho realizado por Pérez-Guisado e colaboradores, o Cocker Spaniel Inglês teve diferença significativa entre os sexos, sendo os machos mais tendenciosos à dominância naquele estudo. Essa diferença entre as raças pode ser decorrente da idade em que os testes foram feitos, entre seis e oito semanas, já que os Cockers tendem a ser mais precoces do que os Labradores, em decorrência do porte. Cães maiores amadurecem mais tarde, tanto em relação à puberdade quanto ao comportamento (BEAVER, 2001). Mas essa é a idade preconizada para a realização do teste sem distinção de raça pelo autor do teste (CAMPBELL, 1972), e essa mesma faixa  etária foi seguida pelos pesquisadores espanhóis. Como não houve diferença entre os sexos, a avaliação de tendência à dominância relacionada à cor de pelagem teve o total de cães dividido em três grupos (38 Amarelos, 52 Pretos e 32 Chocolates). Na avaliação global do teste, houve diferença significativa entre pretos e amarelos (p=0,02) e pretos e chocolates (p<0,01). Em todas as fases do teste os pretos tiveram diferença significativa em suas pontuações em relação aos chocolates, menos na etapa “A Seguir”,  na qual os três grupos se igualaram estatisticamente (tabela 2). Já em relação aos amarelos, os pretos mostraram-se com maior tendência à dominância na etapa de “Dominância Social”, não tendo diferenças significativas nas demais. Amarelos e chocolates não tiveram diferença significativa em nenhuma das etapas do teste assim como na avaliação global. Os autores espanhóis também encontraram relação da cor da pelagem com tendência à dominância nos cães da raça Cocker Spaniel Inglês, naquele estudo os dourados mostraram-se mais tendenciosos à dominância que os pretos e estes mais que os bi ou tricolores, resultados que corroboraram os de outra pesquisa realizada nos EUA (PODBERSCEK & SERPELL, 1996)

REFERÊNCIAS

BEAVER, B.V. Comportamento Canino: um guia para veterinários , São Paulo: Roca, 2001 431p.
CAMERON, D.B. Canine dominance-associated aggression: concepts, incidence, and treatment in a private behavior practice, Appl. Anim. Behav. Sci,. 52, 265-274, 1997.
CAMPBELL, W. E. A behavior test for puppy selection. Mod. Vet. Pract., v. 53, n. 12, p. 29-33, 1972.
LANDSBERG, G. Diagnosing dominance aggression, Can Vet J., 31, 45-46, 1990
LUESCHER, A. U. ; REISNER, I. R. Canine Aggression Toward Familiar People: A New Look at an Old Problem, Vet. Clin. Sm. Anim. Pract., 38, 1107–1130, 2008.
OVERALL, K.L.; LOVE, M. Dog bites to humans - demography, epidemiology, injury, and risk. J. Am. Vet. Med. Asso., 218, 1923-1934, 2001.
PÉREZ-GUISADO, J.; LOPEZ-RODRÍGUEZ, R.; MUÑOZ-SERRANO, A. Heritability of dominant–aggressive behaviour in English Cocker Spaniels, Appl. Anim. Behav. Sci. 100, 219–227, 2006.
PODBERSCEK, A.L., SERPELL, J.A. The English Cocker Spaniel: preliminary findings on agressive behaviour. Appl. Anim. Behav. Sci. 47, 75–89, 1996.

TABELAS

Tabela1: Comparação de tendência à dominância através do teste de Campbell em filhotes machos (n=70) e fêmeas (n=52) de cães da raça Retriever do Labrador
Etapa do Teste
Machos
(pontuação média)
Fêmeas
(pontuação média)
Valor p*
Atração Social

3,4
3,1
0,37
A Seguir

3,0
3,4
0,27
Contenção

2,6
2,7
0,35
Dominância Social

2,3
2,4
0,50
Dominância Elevada

2,2
2,1
0,73
Avaliação Global

13,6
13,7
0,86
* Calculado através do teste de Mann-Whitney



Tabela 2: Comparação de tendência à dominância através do teste de Campbell em filhotes de cães da raça Retriever do Labrador tomando como parâmetro a cor da pelagem
Etapa do Teste
Amarelos
(pontuação média)
Pretos
(pontuação média)
Chocolates
(pontuação média)
Amarelos x Pretos (valor p*)
Amarelos X Chocolates (valor p*)
Pretos X Chocolates (valor p*)
Atração Social
2,9
2,0
3,2
§
§
§

A Seguir

3,1
2,7
2,5
0,18
0,14
<0,01

Contenção

2,5
2,9
2,2
0,05
0,21
<0,01
Dominância Social
2,0
3,6
2,2
<0,01
0,40
0,04
Dominância Elevada
2,4
3,6
2,0
0,06
0,14
0,84
Avaliação Global
13,0
14,9
12,3
0,02
0,52
<0,01
* Calculado através do teste de Student-Newman-Keuls
§ o teste de Student-Newman-Keuls não foi realizado porque o teste de  Kruskal-Wallis teve como resultado p=0,08

Trabalho apresentado na forma de pôster com resumo publicado na página 234 dos anais do 37º Congresso Brasileiro de Medicina Veterinária - Rio de Janeiro- 2010

LEVANTAMENTO DA SITUAÇÃO DA EDUCAÇÃO DE CÃES DE APARTAMENTO NO MUNICÍPIO DE NITERÓI-RJ


 aNA LUÍSA PEREIRA RIEDEL DE CARVALHO; GUILHERME MARQUES SOARES

ABSTRACT: Survey of education situation in apartment dogs in Niterói-RJ city. Behavior problems in dogs might be reduced if they are educated. By examining 103 questionnaires answered by their owners that live in the city of Niterói-RJ. The questionnaires contained questions about specific behaviors that indicate how much the dogs were educated. This study concluded that only 2 (1,94%) obeyed to all the basic commands such as “sit”, “lie down” or “stay”, 51 (49,51%) don’t obey to any of the basic commands and 44 (42,72%) don’t obey to any commands. The results encountered in this study mean that those dogs need to do basics training work so it could improve their and owner’s welfare.

KEYWORDS. Education. Dog behavior. Animal welfare.

 Introdução


A situação da educação dos animais é reflexo do estilo de vida do homem atual, que para suprir as necessidades de companhia, por exemplo, adquirem um animal estimação1,2. Este passa a ser considerado um membro da família: dorme junto com o proprietário, é tratado como filho, usa roupas, e se alimenta de comida caseira. Esses fatos reunidos levam o animal à antropomorfisação, que é o fato de o ser humano atribuir necessidades e sentimentos humanos aos animais1,2, o que fica bastante evidente no mercado pet, onde a cada dia são desenvolvidos mais produtos (perfumes, xampus, roupas e acessórios) e serviços (massagem, hidratação e alisamento de pêlos, e banho de ofurô) destinados a atender à demanda gerada pela antropomorfisação. Esta e outros fatores como a restrição social, o tempo de interação entre o proprietário e o animal, e a quantidade e qualidade de treinamento que recebem3, podem causar problemas como agressividade e ansiedade de separação. Alguns distúrbios comportamentais podem ser evitados se os cães receberem treinamento. Se o cão só é educado verbalmente, há chance de o animal desenvolver problemas, enquanto que no treinamento formal ou realizado pelo proprietário, podem ser evitados,3,4. O principal motivo das visitas às clínicas veterinárias especializadas é a agressividade5,6, pois afeta a vida do proprietário negativamente. Este estudo teve como principal objetivo avaliar o quanto de educação formal ou informal os cães receberam. Sua importância é estimular médicos veterinários a orientar os proprietários na educação de seus cães. Com isso, pode-se aumentar a sociabilidade dos cães e, consequentemente, prevenir uma série de distúrbios de comportamento e proporcionando bem-estar ao cão e à sua família humana.

MATERIAL E MÉTODOS


Foram aplicados 161 questionários a proprietários de cães de apartamento no município de Niterói-RJ. Nesses questionários havia perguntas relacionadas à educação do animal como: obediência a comandos, que possuía como opções de respostas os comandos “senta”, “deita”, “fica” e outros (com espaço para preenchimento pelo proprietário); se pula em visitas e/ou pessoas da casa, comportamento na rua (se anda com ou sem guia e se a puxa ou não). Características do animal com relação ao sexo, peso e idade foram abordadas. Os questionários foram distribuídos em clínicas veterinárias e lojas especializadas no bairro de Icaraí, de forma aleatória a proprietários de cães residentes em apartamentos, no período de julho a novembro de 2006. Foi solicitado que cada proprietário respondesse apenas sobre um animal, caso esse convivesse com mais de um em casa.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Dos 161 questionários distribuídos, 103 foram respondidos pelos proprietários. Apenas 2 (1,94%) animais obedecem aos comandos básicos de adestramento (senta, deita e fica) e andam na rua sem puxar a guia. Em contrapartida, 51 (49,51%) dos proprietários relataram que seus cães não atendiam a nenhum comando básico e 44 (42,72%) não obedeciam a nenhum comando. Individualizando comando a comando, 37 (35,92%) obedecem ao senta, 22 (21,36%) ao deita, 26 (25,24%) ao comando fica, e 7 (6,80%) obedecem a outros comandos. Em relação ao puxar a guia durante os passeios, 49 (47,57%) dos cães andam na rua puxando a guia. Combinando os resultados de puxar a guia e dos comandos básicos de adestramento, 30 (29,13%) não obedecem a nenhum comando formal e andam na rua puxando a guia. Os resultados em relação ao pular nas pessoas em casa foram: 24 (23,30%) somente pulam nas pessoas da casa, 13 (12,62%) somente pulam nas visitas e 41 (39,81%) pulam em visitas e pessoas da casa. Combinando os resultados de pular nas pessoas, puxar e guia e obedecer a comandos básicos, 22 (21,36%) pulam nas pessoas, não obedecem a comandos básicos e puxam a guia durante os passeios na rua (Figura 1). Em relação ao sexo, 51 eram fêmeas e 52 machos e não houve predisposição em relação ao sexo com nenhum comportamento observado. A média de peso dos animais da amostra foi de 8,79kg e a de idade foi de 5,89 anos, sendo que 2 proprietários não informaram a idade do animal. Os resultados encontrados nesse estudo para animais que obedecem a comandos e que pulam em pessoas da casa são menores que os citados na literatura3. Isto porque, em países desenvolvidos há uma maior preocupação com o adestramento devido aos padrões culturais da população. Por exemplo, na Austrália a maioria dos cães vive confinada em quintais pelo medo de desenvolvimento de agressividade3. Há uma compatibilidade no resultado quando se refere à proporção de animais treinados na população e a apresentação de problemas de comportamento, pois, aparentemente, menos animais receberam treinamento3. Nesse estudo foi encontrado um número menor de animais educados do que os não educados, estando de acordo com os resultados da literatura, porém o resultado de animais educados encontrado nesse estudo (1,94%) é menor do que o encontrado na literatura (20,3%)7. Com relação à idade, são animais em sua maioria adultos e continuaram exibindo comportamentos naturais de filhotes6. E em relação ao peso, os resultados obtidos demonstram que os animais da amostra são em sua maioria de pequeno porte, o que implica em menos danos quando estes pulam nas pessoas ou puxam a guia durante os passeios. Dados da literatura estão de acordo com este estudo na questão do peso e porte do animal, cães menores apresentam maior excitabilidade7. Por hipótese, o porte menor facilita o controle desses cães pelo proprietário quando chega em casa e durante os passeios na rua. Outro estudo diz que alguns animais que receberam educação formal apresentaram menor excitação durante os passeios e são mais educados comparados àqueles que não receberam8, o que está em acordo com este estudo. Outro aspecto que merece mais pesquisas é o paradoxo entre o antropomorfismo e a busca pela educação dos cães. O antropomorfismo, como é citado na literatura1,2, faz com que os animais sejam tratados como humanos, porém a necessidade de educação ou ficou negligenciada nos animais deste estudo ou então esses cães compartilharam um problema comum no processo educacional, que é a dificuldade das atuais gerações em estabelecer limites às crianças9 , o que pode ter se estendido aos cães. Os resultados deste levantamento demonstram a necessidade de um processo básico de educação dos cães, o que surtiria um impacto positivo na qualidade de vida desses proprietários e de seus cães.

FIGURAS


Figura 1 – Parâmetros de obediência básica dos cães de apartamento do município de Niterói – RJ, no período de julho a novembro de 2006.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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6.     LANDSBERG, G.; HUNTHAUSEN, W.; ACKERMAN, L. Problemas Comportamentais do Cão e do Gato. São Paulo: Roca, 2004. 492p.
7.     BENNETT, P.C.; ROHLF, V.I. Applied Animal Behaviour Science, 102: 65-84, 2007.
8.     JAGOE, A.; SERPELL, J. Applied Animal Behaviour Science, 47: 31-42, 1996.
9.     ZAGURY, T. Sem padecer no paraíso. Rio de Janeiro: Record, 2002, 208p.




Trabalho apresentado em forma de pôster na VIII Conferência Sulamericana de Medicina Veterinária - Rio de Janeiro - 2009

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